Um vírus pode mutar e ficar mais forte… uma empresa também

O ano nos trouxe, rapidamente, desafios que exigem o comprometimento e união das pessoas, sejam elas domiciliadas em uma mesma residência, companheiras comerciais ou até mesmo líderes de uma nação para outra. Ou seja, o COVID-19 é, sobretudo, um teste para que o mundo prove que também é humanizado, sabe se defender e cuidar do próximo. Deste ponto, é de fundamental importância a positividade dentro das empresas, para que consigam se proteger e seguir alavancando a economia, os empregos e, consequentemente, a qualidade de vida das pessoas.

“Não é o mais forte que sobrevive, nem o mais inteligente, mas o que melhor se adapta às mudanças”. Independentemente da discussão acerca de quem é o autor da famosa frase, focamos na lucidez da mensagem e na oportunidade que temos para extrair o melhor e nos tornarmos mais eficazes na gestão de nossos negócios. Enquanto alguns gestores passarão dias, semanas e meses lamentando por algo que está fora de nosso controle, outros dedicarão este tempo para se adaptar a uma nova realidade. Pois só assim, com uma visão diferente, poderão enxergar as diversas oportunidades de mutação e evolução dos negócios.

As experiências em crises passadas podem nos fazer enfrentar as incertezas pelo ângulo da visão das oportunidades. Iniciei minha primeira empresa, o Laboratório Scitec, em meio à crise mundial de 2008, almejando atrair grandes parceiros e se tornar referência para o mercado de ensaios em produtos médicos. As crises regulatórias da área de saúde, acompanhada de um cenário econômico pouco favorável, nos anos seguintes, não foram capazes de limitar nossa busca por novas alternativas. Parando para pensar, tento entender, do ponto de vista psicológico, o que nos motivou e o que nos manteve vivos, como empresa, nesse ambiente de riscos.

Poucas pessoas têm coragem de assumir que sentem medo, mas alguns defendem que é ele que nos mantem vivos e em alerta. Buscando pela definição podemos dizer que o medo é um sentimento de insegurança em relação a uma pessoa, uma situação ou um objeto. Geralmente os animais reagem de 3 formas ao medo: paralisia (fingem de morto), fuga ou ataque. Como você reage quando está num ambiente de insegurança?

Eu chego a conclusão que nós atacamos, no sentido de encarar os problemas de frente, eliminando aquilo que era necessário e contornando aquilo que não era possível eliminar.

Nos últimos dias temos feito um balanço, no qual é possível enxergar o poder da mutação. De modo mais específico, tem-se como atual exemplo que todas as nossas atividades de back office (qualidade, financeiro, comercial e P&D) estão operando em home office. Além disso, algumas atividades do nosso core business também estão sendo realizadas à distância, devido as ferramentas que hoje temos disponíveis.

Esse é o momento que os líderes precisam agir e manter o engajamento do time. Fugir da realidade, ficar parado ou colocar a culpa nos outros não garantirá a sobrevivência.

Eng. Darlan Dallacosta
Mestre em Engenharia Mecânica para Universidade Federal de Santa Catarina